
Kits Exclusivos Nati!

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APENAS 30 UNIDADES DISPONÍVEIS!

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Apaixone-se pelas Cores Colorfix


Apresentação
Com sua exclusiva base híbrida, composta por um mix de duas resinas, este lançamento eleva o patamar dos quatro efeitos mais desejados pelas consumidoras: durabilidade, cobertura, brilho e secagem.
Enquanto uma resina traz maior aderência à unha, a segunda é responsável pelo brilho surpreendente, que chega a refletir 90% da luz que toca sua superfície, criando um efeito espelhado que surpreendeu até nossos químicos mais experientes.
NATI COLOR FIX proporciona uma cobertura brilhante durável, sem prejudicar a secagem. Inclusive, um desses ingredientes é a famosa resina alemã, que já é sucesso nos produtos do mesmo setor fora do Brasil.
Muito mais que um esmalte, este é um salto de qualidade: uma película protetora mais resistente para as unhas.
São 30 cores alinhadas às principais tendências da moda, sem esquecer os tons clássicos mais amados.
Além disso, temos 5 produtos de tratamento, sendo eles:
- BASE SEDA GLOSS: com micropartículas que potencializam a fixação e não interferem na esmaltação, base com formulação exclusiva para mais durabilidade;
- BASE BOMBA: enriquecida com queratina, óleo de alho, d-pantenol e óleo de cravo, protege e fortalece as unhas, potencializa seu crescimento;
- COBERTURA BRILHANTE 5X: efeito gloss, reflete 90% da luz, protege e ajuda a secagem, elimina possíveis bolhas e prolonga a durabilidade da esmaltação;
- VERNIZ COBERTURA ESPELHADA: forma uma película com brilho intenso, protege e ajuda a secagem, uniformiza a esmaltação e potencializa sua durabilidade;
- ULTRA SECANTE: silicone altamente volátil, acelera a secagem sem deixar resíduos, forma uma película protetora super hidratante.
Diferenciais Incríveis:
– Base Híbrida: um mix de duas resinas que trazem mais cobertura, durabilidade e brilho;
– Efeito Espelhado: base incolor que reflete cerca de 90% da luz que toca sua superfície;
– Pincel BIG BRUSH com modelo achatado (flat), que possui o dobro de cerdas, seguindo os padrões internacionais, pois facilita a aplicação e permite que cada camada seja distribuída de forma uniforme sobre as unhas.


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História Emocionante
Parte 1 | O Acordo
Parte 1 | O Acordo
Karol espremia os olhos, tentando ler. Sentada no banco em frente à sua casa, aproveitando a luz do dia que já chegava ao fim. Eram quase duas e meia da tarde, o céu está cinzento e escurecido. Uma nevasca estava se armando sobre Varsóvia naquele dezembro congelante. As páginas, lambidas pelo vento, levantavam orelhas, que a menina continha com as mãos enluvadas. Por mais que tentasse, não conseguia distinguir as palavras. Desapontada, fechou o livro e o pousou sobre o colo. Teria mais tempo, não fossem as nuvens carregadas.
Na rua, passavam dois oficiais russos à cavalo. Um deles olhou para Karol. Tocada pela encarada hostil, seu corpo se enrijeceu, estava ereta, segurando o livro com os dedos dormentes de tanto frio. Os primeiros flocos de neve já começavam a aterrissar sobre os ombros do uniforme militar azul e vermelho. Para Karol, aquele instante arrastou-se por horas. Em sua mente, uma série de tragédias começaram a se formar: E se o soldado pedisse para ver o livro? Será um volume da lista dos proibidos? Se pegam uma polonesa com um livro proibido, qualquer coisa pode acontecer, desde prisões até espancamentos e mortes. As histórias sobre as atrocidades cometidas pelos russos começam a se desdobrar em sua mente. Um cristal de gelo pousa sobre seu nariz, que já queimava de frio. O cavaleiro observava a fachada da casa, passou ainda os olhos mais uma vez pela garota de rosto avermelhado e cuspiu seu desprezo no chão, para depois voltar-se ao companheiro e comentar algo sobre a tempestade que se aproximava.
De repente, um som explodiu ao lado da garota. Com o coração aos pulos e as mãos mais geladas do que o nunca, Karol virou-se em direção ao som. Percebeu, primeiro com alívio e depois com raiva, que era apenas Brunna, sua irmã, abrindo a porta da casa com o máximo de delicadeza possível, ou seja, quase nenhuma.
– O jantar está quase pronto – avisou ela despreocupadamente, mas mudou de expressão quando notou a cara da caçula – Aconteceu alguma coisa?
Karol, que já naquele momento via os cavalos sumindo pela esquina, sentiu-se grata pela escuridão anormal da estação mais fria do ano: se não fosse a falta de luminosidade e o temporal que chegava, com certeza o soldado teria notado seu livro. Normalmente, viver dias com apenas sete horas de luz a deixava deprimida. Naquele dia, porém, pareceu ser algo com o qual é possível lidar.
– Nada não, respondeu.
Dentro de casa a temperatura não era muito mais elevada do que o frio alarmante do lado de fora. Não havia um sistema muito mais elaborado de aquecimento além do fogão à lenha. A escuridão era muito maior, tornando aqueles dois cômodos um pedaço escuro e encardido de lar. Karol sentou-se em frente ao pai, na mesa quadrada e pequena, que ficava logo abaixo da janela. A neve já descia em grandes quantidades, sendo levada pelo vento que deixava seus assobios por todas as frestas da casa. Sobre o tampo de madeira, livros empilhados, um toco de vela e o cachimbo do pai.
– Está na hora de pôr a mesa, disse o senhor de olhos bondosos.
Karol e Brunna se empenharam na tarefa. Depois, o pai serviu três pratos com a sopa rala preparada pela irmã mais velha. A conversa foi parar na situação do país, que literalmente sumiu do mapa graças à partilha de seu território entre as potências da região. Um assunto invariável durante as refeições.
– Oton mandou avisar que as aulas começam na próxima semana. Serão aulas abertas, – disse o pai – inclusive para mulheres, ministradas por professores poloneses que não concordam com a ocupação estrangeira. Vai se chamar Universidade Volante – e completou depois de engolir uma colherada – porque vai peregrinar por toda a… Polônia. Ou o que restou dela.
– O senhor será professor? – perguntou Karol.
– Não, possuo apenas instrução para o ensino básico. – Mais um pouco de sopa – Mas vocês duas podem ser alunas.
Brunna não apoiava o fervor com que seu pai tratava as questões políticas. Para a moça, vincular sua formação à ideia de uma Polônia livre era colocar o carro na frente dos bois. A situação política já se arrastava por anos, como esperar que tudo se resolva para, então, estudar? Karol, por sua vez, nutria o orgulho nacionalista, queria que seu país voltasse a prosperar.
– Janel disse para mim que ouviu de seu pai que existe uma Universidade em Paris onde algumas mulheres estudam – disse Brunna, em tom de desafio.
O homem pousou a colher sobre o prato, respirou fundo e observou suas duas filhas.
– E o pai de Janel também disse que eles estão fechando as escolas polonesas? – fechou os olhos – Tirem a louça. – disse, sério, indo até o outro cômodo buscar o lampião a gás – Vocês têm vinte minutos.
Vinte minutos por dia: este era o tempo de iluminação de que dispunham. Mais do que isso era impossível manter com o que o pai recebia como professor particular. As velas de sebo eram caríssimas, um luxo reservado apenas para privilegiados.
Cada uma das garotas pega seus livros e aproveita a luz para estudar. Quando surgia alguma dúvida, perguntavam ao pai, que sentado com seu cachimbo na mão, aproveitava sua quantia limitada de tabaco diário. Terminado o tempo, deitaram-se na cama estreita que ficava no quarto. Uma se ajeita com a cabeça ao lado dos pés da outra. O pai se arrumou na cozinha mesmo, onde sua cama de armar rangia a cada mínimo movimento de seu corpo. Aquecido pelo fogão, dormiu em pouco tempo, roncando.
As duas acabaram rindo, enrolando-se nos cobertores, tentando escapar do frio que se acumulava em punhados de gelo por toda a parte ao redor da casa.
– Não sei o que é mais ruidoso, o ronco de papai, o rangido da cama ou o assoviar do vento! – disse Brunna. Karol ria com as mãos sobre a boca, pois assim continha o som das gargalhadas e aquecia os lábios rachados. Depois de extravasar seu riso, virou-se para ficar ao lado da irmã, ombro a ombro. As noites mais gélidas exigiam que dormissem agarradas uma a outra.
– Vamos fazer um pacto? – perguntou Brunna e uma fumacinha branca saia de seus lábios pálidos.
– Que tipo de pacto?
– Nós podemos nos ajudar. Veja, se na Universidade da França aceitam-se mulheres, podemos ajudar uma a outra e ir para lá estudar.
– Mas e a Universidade Volante?
– Karol, essa iniciativa é nobre, com certeza é fruto do esforço dos que querem a nossa pátria de volta. Só que diante da nossa situação, não acredito que seja algo confiável. A polícia russa pode invadir as aulas a qualquer momento, colocando tudo a perder. – Brunna falava rápido, olhando nos olhos da irmã, as sobrancelhas erguidas, olhos arregalados de quem quer e precisa convencer – As damas mais inteligentes do mundo estudam em Paris, Karol. Consegue imaginar mulheres fazendo ciência? Descobrindo novas leis naturais, trabalhando conforme o rigor da ciência? – Brunna falava daquelas mulheres, inventava seus nomes e contava suas histórias de glória, que ela criava ali, enquanto batia os dentes – Nós podemos ser assim também, Karol.
– E como faremos isso?
– O plano que tracei é o seguinte: como sou a mais velha e já faz um ano que me formei na educação básica, vou primeiro para Paris estudar medicina. Enquanto isso, você fica aqui com papai e trabalha como cuidadora de crianças ou governanta. Passo lá os anos do curso recebendo sua ajuda financeira e, depois de concluir, ajudo você a se formar.
Karol imaginou-se em Paris, caminhando entre as mentes mais brilhantes de sua época. A satisfação imensa de ter a ciência como profissão. Sorriu.
Ali mesmo, debaixo dos cobertores, as duas irmãs apertaram suas mãos trêmulas, firmando um compromisso: se ajudariam na tarefa quase impossível de sair de seu país, uma terra dominada, para ir à França fazer ciência.
O frio beliscava a pele de seus rostos, Karol sentia seu nariz formigar, assim como Brunna parecia ter cubos de gelo no lugar dos pés. A noite seria longa, pois ainda nem chegara às seis da tarde e o sol nasceria quase às oito da manhã do dia seguinte. Apesar das trevas gélidas, os corações dessas duas garotas transbordavam sonhos.
Continua…
Para todas as mulheres que têm sonhos quase impossíveis, um abraço da Nati.
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Capítulo 1 de 4
Parte 2 | Cidade Luz
Parte 2 | Cidade Luz
Karol encontrou o ônibus puxado por doze cavalos no lugar indicado. Os animais esperavam e dali subia um cheiro de estrume que só ela parecia realmente notar. Apesar disso, estava tomada pela animação, sequer sentia o peso da bagagem, mesmo que seu braço direito teimasse em não dar conta de carregá-la.
Pagou 30 centavos para viajar no topo do carro, equilibrando-se com a mala no colo. Karol sacolejou no banco de couro por quase uma hora até chegar ao ponto final.
Durante a viagem, olhando a paisagem de uma Paris que conhecia pela primeira vez, pensava em tudo que a levou até ali. Era incrível ver como aquelas duas garotas ousadas não apenas sonharam, mas realizaram seus objetivos, indo contra tudo e contra todos. E agora, anos depois, Bruna, que é médica formada e casou-se com um polonês tão nacionalista quanto seu velho pai, cumpriria sua parte do combinado: receberia a irmã em sua casa, na França, para que a caçula pudesse ingressar na Universidade Sorbonne.
Ainda faltavam quatro meses para o início das aulas, mas os planos de Karol eram muito bem pensados. Teria este tempo para se afundar nos livros: precisava aprender tudo o que pudesse sobre a língua francesa e ampliar seus conhecimentos em matemática antes das aulas começarem. Caso contrário, ficaria muito para trás dos colegas, todos muito bem nascidos e estudados.
Quando tocou a campainha da casa da irmã naquela tarde fresca já tinha em mente que passar duas horas por dia balançando em uma charrete gigante não ia contribuir para seus planos. Decidiu mudar-se o quanto antes para algum lugar bem perto da Sorbonne, de preferência, tão próximo que pudesse ir à pé todas as manhãs e voltar à noite em segurança.
E foi isso que disse logo no início da conversa com a irmã, que a recebeu com um forte abraço.
Karol falava sem parar, esquecendo-se até de respirar. Depois de anos trabalhando como governanta, vivendo na escassez de tempo para o estudo, estava diante de um pote cheio e ia com muita sede até ele.
– Mudar-se? Mas nem bem chegou, Karol! – espantou-se Brunna, procurando a aprovação do marido enquanto falava – E quanto às despesas?
– Posso contar com sua ajuda por um tempo e, depois, posso concorrer a uma bolsas de estudos.
Diante da convicção e do otimismo inabalável de Karol, a irmã mais velha apenas sorriu, abrindo o leque para afastar o calor que a ansiedade causou em suas maçãs do rosto. Olhou para o marido novamente e, então, pousou uma mão sobre seu joelho. Com a expressão mais tranquila, disse a Karol:
– Tenho certeza que será agraciada com uma bolsa de estudos. É uma moça de talento e muito dedicada. – e completou, fechando o leque – Quer conhecer nossa biblioteca?
Um quarto abarrotado de livros. Karol jamais sonharia em ter acesso a isso na Polônia! Todos em francês, é claro, obrigando a jovem a aprender o idioma o mais rápido possível. E era ali mesmo que ela passaria a maior parte do tempo.
No final de dezembro, porém, já estava instalada em um quarto de pensão muito simples e bem perto da Universidade. Mesmo com a resistência inicial da irmã, conseguiu convencer a todos de que precisava de um espaço. Um cantinho para chamar de seu e arrumar (ou desarrumar) ao sabor de seus planos.
Naquela região moravam estudantes e artistas, todos preocupados demais com suas próprias aventuras para notar Karol, que se trancava por horas dedicada a experimentos e estudos. Sem ninguém para interromper sua diversão, passava muito tempo sem comer. Quando já não podia mais suportar a fome, descia até algum mercado e comprava alguns ovos, que cozinhava em seu fogão à carvão e comia com pão, de pé mesmo, observando o movimento da rua.
Karol estava certa de que seria uma das damas mais inteligentes de sua geração. Empolgada pela idéia de ter esse reconhecimento, mas também pela energia da refeição, retomou os estudos.
Quando já era tarde da noite, interrompeu suas anotações, pois suas mãos estavam tão geladas e enrijecidas que não podia mais escrever. Dirigiu-se à pequena caixa que servia de estoque no canto do quarto, mas ergueu as sobrancelhas ao constatar que não havia mais carvão. Pela janela podia ver a neve se acumulando na rua deserta, algo raro para um bairro tão artístico e um tanto festivo.
Seu corpo começou a tremer e Karol teve medo. Uma tempestade de neve poderia colocar tudo a perder! Sentou-se na cama e pousou a mão sobre as duas mantas de lã dobradas sobre o travesseiro na cama simples e estreita de seu quarto de estudante.
Elas não seriam suficientes.
Desceu alguns lances de escada e bateu à porta de Madame Charlotte, a proprietária da pensão. A velha abriu apenas uma fresta da porta, Karol viu um xale de lã sobre seus ombros. Com seu francês limitado, tentou arrancar um pouco de cordialidade da proprietária:
– Boa… boa noite, senhora Charlotte. Por acaso sabe de um ônibus que passe por aqui? Estou sem carvão, então, preciso ir até a casa da minha, minha… – lembrou-se de como se pronunciava em francês – irmã.
– Senhorita, são quase onze horas da noite. Não existem ônibus a esta hora. Veja, faz muito frio, preciso encostar esta porta, está bem? – disse Madame Charlotte, muito alto e devagar, não como se falasse como uma estrangeira, mas sim com uma criança surda de um ano de idade.
– Mas, madame Charlotte, tem algum car-carvão que possa me… emprestar?
– Não, querida, sinto muito – disse a velha, batendo com a porta sobre o nariz de Karol, que quase congelava.
Determinada, a moça subiu novamente as escadas. Andava de um lado para o outro no quarto escuro. O movimento ajudava a espantar o frio. Só que o cansaço de um dia inteiro de estudos era demais para ela.
Precisava se deitar.
Foi até a sua cama e estendeu as duas mantas sobre o colchão, depois dirigiu-se a seu armário e retirou de lá todas as suas roupas e estendeu cada uma delas sobre a cama, tomando o cuidado de não deixar nenhuma parte descoberta, apesar de ter poucas peças para espalhar ali. Terminada esta tarefa, deitou-se sob as mantas e as roupas, vestida e ainda de botas. Precisava usar todos os recursos de que dispunha.
Apesar de deitada, permanecia com o corpo tenso, pois qualquer tentativa de relaxar os músculos seria como entregar seu corpo ao frio mortal. Cantou algumas canções polonesas de sua infância tentando espantar o torpor da hipotermia.
Lembrou-se, então, daquela noite em que selou o acordo com sua irmã. Viu-se ali tão perto de alcançar seus sonhos. Retomou o canto, desta vez, o hino da Polônia, que tantas vezes cantou com seu pai nos dias mais difíceis. Sentiu saudades dele. Cantando a plenos pulmões, afastava o frio, não deixava que tomasse conta de seu corpo, mantinha a flor gélida da morte bem longe.
Acordou com batidas na porta. Já era dia. Levantou-se ainda sonolenta, sentindo o cansaço turvar sua mente e a moleza desacelerar seus movimento. Karol viu a água congelada na bacia sobre a penteadeira. Quando abriu a porta, deu com Madame Charlotte:
– Está tudo bem, minha jovem? – perguntou a senhora, com certo ar de culpa na voz.
Karol sorriu, respondeu que estava bem e caiu desmaiada no chão de madeira.
Continua…
Para todas as mulheres que não desistem diante da tempestade, um abraço da Nati.
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Capítulo 2 de 4
Parte 3 | A Substância Luminosa
Parte 3 | A Substância Luminosa
Muito alta, com seu vestido preto, Karol atravessava o pátio em direção à sala de aula. Ao seu redor surgiam, aqui e ali, sussurros e risos abafados.
Os colegas não estavam acostumados a encontrar mulheres estudando na Universidade. Muito menos sendo destaque. Karol incomodava não tanto por sua presença, mas pela ousadia de estar entre os melhores.
Naquele dia seria a entrevista final que definiria quais seriam os novos bolsistas. Ela precisava realmente daquele auxílio, não era uma questão apenas de honra e currículo, mas, acima de tudo, uma necessidade real. Sua irmã, Brunna, conseguia lhe dar uma boa ajuda, porém, ainda faltava dinheiro para alimentar-se e comprar papel e tinta para suas anotações. Itens caríssimos.
Quando chegou na sala de aula, viu algo em sua mesa. Sobre o tampo de madeira, encontrou uma bolsa de tecido com um bilhete: “Aos cuidados de Madame Karol”. Dentro, roupas sujas exalavam um cheiro terrível, de embrulhar o estômago.
Os colegas riam alto, vinham vários alunos de outras turmas para apreciar o espetáculo. O recado estava dado. E, ao contrário do que imaginavam, Karol não se abalou. Calmamente, pegou o embrulho com a ponta dos dedos e jogou na lixeira. Entre os risos, ouvia os comentários mais baixos.
Internamente, a garota repetia para si mesma: “Concentre-se no sonho”.
Lembrou-se da manhã em que desmaiou em frente à Madame Charlotte. Acordou em frente à lareira, com um cobertor envolvendo seu corpo, no apartamento da proprietária da pensão. Nervosíssima, a mulher explicou que dois estudantes a carregaram escada abaixo. Pediu o endereço de Brunna, mas Karol não quis dar. Levantou-se, agradeceu à Madame Charlotte e foi até o mercado comprar algo para comer. Apenas seguiu a vida, sem se abalar. E fez o mesmo agora.
Desistir ou se desesperar nunca foi uma opção.
Mais tarde, quando viu seu nome na lista de aprovados, vibrou de emoção. Suas mãos tremiam e seus pés pareciam ter vida própria: seu corpo queria pular, abraçar e rir alto. Seu lugar era ali, exatamente onde queria estar, não importava o que os outros pensassem. Mas, apesar dos sentimentos agitados, conteve-se por quase uma hora para, então, dar a notícia à Brunna.
Agora seu desafio seria encontrar um laboratório onde pudesse trabalhar em sua pesquisa. Jonas, um colega de sua turma que também recebeu bolsa, comentou com ela sobre um amigo que era professor em uma escola primária. Seu nome era Pedro e ele com certeza cederia o laboratório da instituição para Karol.
– Acho que vocês vão se dar bem, disse Jonas com um sorriso malicioso.
Karol não gostou muito deste comentário. Acreditava que dificilmente encontraria um homem que valesse a pena naquele mundo acadêmico tão hostil. Só que, de qualquer forma, precisava do laboratório. Por isso, enviou um recado ao tal professor Pedro e marcaram uma reunião em um domingo à tarde.
Quando entrou na sala espaçosa, encontrou-o sentado confortavelmente no sofá próximo à janela. A luz do sol era filtrada pelas cortinas claras de tecido leve que balançavam ao vento. Sua expressão guardava um ar de riso, próprio das pessoas que não levam as coisas tão a sério. Seus olhos azuis eram irônicos e seus cabelos, assim como a barba por fazer, às vezes tocados pela luz do sol, ganhavam um tom dourado brilhante.
Quando a viu, ele beijou-lhe a mão e a parabenizou pela bolsa. A conversa foi agradável, contrariando tudo o que Karol poderia imaginar: saiu de lá não apenas com acesso livre ao laboratório da escola, mas também com um convite para um jantar naquela mesma noite!
No restaurante, conversaram sobre o futuro, pois Pedro estava muito interessado nos planos de estudo daquela jovem tão inteligente. Karol baixou os olhos e comentou, muito sincera:
– Meu desejo era estudar, coisa que não seria possível em meu país. Mas, quando me formar, quero voltar à Polônia, pois meu pai precisa de mim.
– Perdão, madame Karol, mas, é possível para uma mulher ser uma grande cientista em seu país?
– Infelizmente não – respondeu ela – este é um sonho que não poderei realizar…
E então, sorrindo, ele pegou em sua mão:
– É necessário fazer da vida um sonho e tornar este sonho realidade. Fique na França, posso te ajudar, podemos nos ajudar.
Naquele momento Pedro ganhou o coração da jovem Karol.
Tomada pela admiração, ela lutava para gravar em detalhes o homem sentado diante de si, queria decorar a forma como suas sobrancelhas formavam a moldura de seus olhos, queria memorizar o desenho de seu sorriso, cada parte ínfima, e guardar consigo.
Quando chegou a sobremesa, Karol, desesperada por ter mais um pouco de sua companhia, o chamou, desastrada, para que ele fosse até seu quarto na pensão para ver suas anotações sobre a pesquisa. Este tipo de convite contrariava certos costumes, mas felizmente Pedro também não se importava com este tipo de coisa.
Compartilhavam outras prioridades.
Casaram-se alguns meses depois e, para a surpresa de todos, passaram a lua de mel viajando de bicicleta pelo interior do país. Depois da viagem, voltaram à ativa. Levavam para a rotina de estudos o frescor das flores, o cheiro doce da primavera. Tornar o sonho realidade é uma constante de dedicação, que é preciso entrelaçar noite e dia, cada ponto, cada volta, até se ter algo para segurar nas mãos.
Karol sempre passou horas de sua infância imaginando como seria a vida de cientista. Ao amor, porém, nunca dedicou o mesmo tempo e energia fantasiosa. Os dias transcorriam como uma dança, um ritmo repleto de pequenos gestos. Como quando Pedro deixava um bilhete carinhoso dentro de um livro ou no bolso de seu jaleco de trabalho.
Ela acordava cedo, ainda antes do sol nascer, e passava o dia todo entre os tubos de ensaio. Na pausa das aulas, Pedro aparecia para levar-lhe algo para comer e conversar sobre detalhes da pesquisa. Á noite permaneciam trabalhando até tarde, à luz dos lampiões à gás.
Numa manhã quente de julho, ela acordou indisposta, mas mesmo assim foi para o laboratório. Sentia que estava perto de conseguir.
Trabalhou naquele dia com um balde sob a bancada, só por segurança, caso precisasse vomitar. No final da tarde, Pedro levou-lhe água, que beberam enquanto conversavam sobre o isolamento. Levou também algumas frutas. Encostada na bancada, ela mordeu o pêssego no exato momento em que teve a ideia. Correu para os tubos de ensaio ainda mastigando.
Permaneceram trabalhando até o anoitecer. E quando o sol se pôs no horizonte, ela ergueu diante de si a substância amarela brilhante. Pedro, de pé atrás dela, contemplava aquela luz tênue que tanto significava para eles. Finalmente, a substância misteriosa foi isolada.
– Como você vai chamar sua descoberta? – disse Pedro.
– Vai se chamar Rádio – respondeu ela, virando-se em seguida para o marido – E nosso bebê, querido, como vai se chamar?
Surpreso, Pedro perdeu o ar.
Continua…
Para todas as mulheres que encontraram a substância mágica de suas vidas, um abraço da Nati.
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Capítulo 3 de 4
Parte 4 | Os Frutos
Parte 4 | Os Frutos
Era uma manhã fria de fevereiro, Karol e Pedro tomavam um chocolate quente.
– Você não precisa ir pro laboratório hoje. – disse Pedro – Fique aqui, Brunna chega daqui a pouco para lhe fazer companhia.
Ele pousou a mão sobre sua barriga e Karol sorriu. A gravidez estava em sua fase final, todos estavam meio nervosos esperando pela chegada do bebê.
– O laboratório é o único lugar em que o tempo passa mais rápido para mim, fora de lá as horas se arrastam, como se cada minuto durasse o dobro.
Com a palma da mão no ar, Pedro pediu calma, depois correu até a sala de estar e voltou com um embrulho. Livros.
– Para passar o tempo mais rápido – argumentou ele.
Ela ia responder, mas sentiu o abdômen ficar duro como pedra e uma dor subir desde a base da barriga até as costelas. Corrigiu a postura, até chegou a esticar as costas um pouco para trás. “O bebê não tarda a chegar,”pensou, “mas ainda não há motivo para pânico”. E respirou fundo, tomando mais um gole de chocolate. Realmente, era melhor ficar em casa hoje.
Ela pediu a ajuda de Pedro para sentar-se no divã da sala de estar. E mesmo cansada não conseguiu dormir. Sua pesquisa foi publicada há alguns meses e seu impacto na comunidade científica foi grande. Sabe que as indicações ao Nobel já devem ter começado. Nunca antes, porém, uma mulher recebeu um prêmio desses.
Será que haveria uma primeira vez?
Sentiu o bebê chutar e se remexer, sentou-se e apoiou as duas mãos nas parte de trás da cintura. Não há mais posição confortável para ela. Talvez nem para o bebê. Ajeitou algumas almofadas em suas costas.
Pedro saiu para trabalhar e Karol ficou de olhos fechados, sentiu uma dor na boca do estômago que foi crescendo, crescendo. Resolveu levantar-se e caminhar pela casa. Subiu as escadas lentamente, entrou no quarto, olhou o berço do bebê. Sentada na cama, desdobrou e dobrou novamente todas as roupinhas. Estava imersa em reflexões quando ouviu o barulho da porta no andar inferior. É Brunna que acabou de chegar, carregando sacolas cheias de comida em ambos os braços.
– Você vai comer, Karol, esse bebê precisa de nutrição!
Abraçaram-se rapidamente e a irmã mais velha começou o preparo do almoço. Sentada sobre um banquinho de madeira, observou a movimentação da outra.
– O que teremos para o almoço?
– Sopa de carne com legumes – disse a cozinheira e jogou algo na direção da caçula. Uma pera, que ela mordeu imediatamente. E seguiu comendo, acariciando a barriga e vendo Brunna perambular pelo espaço perguntando onde estavam as coisas.
– E quando você fará seu doutorado? – perguntou Karol logo que a irmã cortou a primeira cebola ao meio. Parada, com a faca no ar, Brunna respondeu que é melhor esperar seus filhos crescerem mais. Karol não concordou com os argumentos.
– Por que não deixá-los aos cuidados de alguém enquanto você trabalha em suas pesquisas?
– É complicado, disse a outra, e logo você vai saber do que estou falando. Aproximou-se e mordeu a pera de Karol.
– Complicado? Complicado foi sair da Polônia e se estabelecer na França para se formar médica apenas com a ajuda da irmã mais nova. Você já fez coisas muito mais difíceis.
Brunna engoliu a pera e no mesmo momento Pedro entrou pela cozinha com uma expressão vazia nos olhos. Tinha voltado bem mais cedo do que de costume. Sentou-se à mesa e cruzou os dedos das mãos, estudando com uma fixação exagerada um ponto da toalha de mesa.
– Pedro, você não acha que Brunna deveria continuar seus estudos?
Ignorando a pergunta, ele puxou um envelope de dentro do paletó e colocou sobre a mesa.
– A Academia Suíça enviou-me uma carta, disse.
Karol olhou para o envelope e, quando tocou o papel branco, seu marido segurou sua mão.
– Sinto muito, sussurrou ele.
A carta era formal e dizia apenas que a Academia indicava Pedro ao Nobel de Física pela enorme contribuição dele à ciência com sua pesquisa sobre a descoberta do Rádio.
O nome de Karol sequer foi mencionado.
Observada pelo marido e pela irmã, Karol nada disse. Sua barriga ficou rígida novamente, ela deslizou sua mão acariciando a superfície sólida em movimentos circulares. A contração continuou por mais tempo do que da última vez. Pedro estava falando, mas para Karol não era mais possível prestar atenção. Seu corpo precisava de toda sua energia naquele momento. Quando sua barriga voltou ao normal, agarrou o braço do marido, interrompendo seu discurso indignado:
– O bebê vai nascer.
Trêmulo, Pedro calou-se, pegou seu chapéu e foi em busca do médico da família. Enquanto isso Brunna ajudava Karol a ir até o quarto.
Quando estava subindo as escadas, surgiu mais uma contração. Karol parou e apertou o corrimão de madeira. Curvando o corpo, fechou os olhos. A bolsa se rompeu. Depois de algumas outras pausas ao longo do caminho, com a ajuda da irmã, conseguiu chegar ao quarto.
Pedro demorava para retornar. Então, Brunna deu uma toalha para a irmã.
– Morda, coloque toda a sua força em seus dentes quando a dor vier. Eu já volto.
Em plena contração, Karol agarrou o rolinho de tecido e mordeu. As coisas estavam indo muito rápido. Brunna lembrou-se de que havia água esquentando para a sopa. Sorte que ainda não havia colocado temperos nela. Levou a panela escada acima. Pegou toalhas e outros panos que encontrou nos armários.
Na cama, Karol já lidava com as contrações constantes. Sentia a dor e ia virando-se na cama. De um lado, depois do outro. Levantou-se de repente e ficou agachada ao pé da cama por um tempo.
Quando Brunna chegou, colocou pano molhados com água quente sobre sua barriga e na base de suas costas. A dor dominava o corpo e a mente de Karol. A irmã falava de forma calma, uma voz baixa.
– Na hora certa você vai sentir vontade de fazer força.
Como alguém diante de um oceano, Karol mergulhou. Nunca pôde se lembrar daqueles instantes com clareza, pois era como se seu corpo tivesse feito tudo sozinho enquanto sua mente estava suspensa. Voltou a si com o choro do bebê.
– Uma menina, disse Brunna.
Karol sorria e chorava, tomada por todos os sentimentos juntos. Uma menina! Louise, esse seria seu nome… Deixou-se ficar ali abraçada à filha.
Quando finalmente Pedro chegou com o médico, ficou maravilhado com a cena. Brunna perguntou se ele queria segurar a pequena. Inseguro, olhou para seus próprios braços e duvidou que teria a destreza suficiente para aconchegar um ser tão frágil.
Aproximou-se de Karol, acariciou seus cabelos e olhou para o rosto de Louise enquanto dizia que escreveria uma carta para a academia suíça.
– Se eles se negarem a premiar você, eu recusarei a indicação.
Ela observou o marido com ternura, porém, não queria pensar naquilo. Sequer tinha condições. Exausta, dormiu com o bebê nos braços. Quando acordou Pedro estava sentado à beira da cama. Ela não sabia quanto tempo havia se passado, mas a pequena Louise estava acordando também. Deu-lhe de mamar pela primeira vez ao mesmo tempo em que ouvia de Pedro a notícia: a academia cedeu, vão entregar o prêmio aos dois.
Meses depois, na entrega do Nobel, diante de um auditório repleto de homens de terno e gravata, Karol viu todos a aplaudirem de pé. Ao seu lado, Pedro estava com olhos cheios de lágrimas e orgulho. Ela deixou a filha nos braços do pai e começou seu discurso diante da plateia:
-Muitas descobertas são feitas todos os dias neste início de século. É um tempo de novidades, de mudanças em nossas vidas, tudo proporcionado pelos imensos avanços tecnológicos e científicos. Mas, mesmo assim, ainda temos muito trabalho pela frente. De todo este trabalho, se cada um se dispor a uma pequena parte e der o melhor de si, então, poderemos juntos chegar mais perto de um futuro melhor. Cada um de nós é um pequeno foco de luz em plena escuridão. Com nossas pequenas luzes, conseguimos ver pouco a pouco os traços deste grande projeto que dá forma ao universo. Essa é a beleza da ciência e de toda evolução do conhecimento. Procurem a luz, procurem estradas novas e desconhecidas, rumo à evolução constante. Tomem a luz do conhecimento e construam o palácio do futuro.
Fim.
Para todas as mulheres estão em constante evolução, um abraço da Nati.
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Capítulo 4 de 4

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Então, o prazo de entrega depende totalmente do seu CEP de entrega! Você pode simular o valor do Frete aqui no site:
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* Todos os nossos pedidos são postados da cidade de Sorocaba – SP.
Essa coleção de esmaltes NÃO é hipoalergênica e também NÃO é 5free.
As substâncias Resina de formaldeído e Cânfora por exemplo são necessárias em alguns casos por exercerem importantes funções na esmaltação, como fixar o produto nas unhas e dar mais brilho.
Apesar de menos agressivos, as substâncias resina de formaldeído e cânfora podem causar reações alérgicas, como alergias locais nas unhas ou ao redor dela.
Neste momento ainda não é possível comprar esmaltes separados do KIT, como 1 ou 2 cores apenas.
No KIT você recebe as várias cores pensadas para coleção + caixinha personalizada para colecionar e dessa forma também compensa mais pelo valor do frete.
Aqui pelo site a venda é feita exclusivamente para o consumidor final, com limite de 1 kit por pessoa.
Para revenda dos produtos Nati, basta entrar em nosso site www.nati.com.br e preencher o formulário mais adequado para sua solicitação. (menu Contato).
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